O Tribunal do Júri Popular de Mossoró condenou nesta quarta-feira, 11, o agricultor Welber Veríssimo de Melo, o Ebinho de 42 anos, residente na zona rural do Alto do Rodrigues, a 24 anos e seis meses de prisão pelo assassinato do vereador Manoel Ferreira Targino, conhecido por Manoel Botinha, e tentar contra a vida do mecânico Francisco Adriano Bezerra, o Biano, no dia 22 de abril de 2015, numa oficina da cidade de Assu-RN. 2q2u6d
Além de Ebinho, o Ministério Público Estadual havia denunciado, com base no que apurou a Operação Abril Despedaçado, no ano de 2016, outros seis réus neste processo:
1 - Itamar Veríssimo de Melo, de 50 anos, condenado a 30 anos de prisão
2 - Jalisson Veríssimo de Melo, o Jalin, de 33 anos, foi absolvido
3 - Valdete Veríssimo de Melo, o Negão, foi absolvido
4 - Douglas Daniel Morais de Melo, de 29 anos, condenado 25 anos e 4 meses de prisão
5 - Joelma Morais Ferreira, de 47 anos, condenada a 28 anos e 8 meses de prisão
6 – José Roberto Nascimento da Silva, o Feitosa, condenado a 33 anos e 4 meses de prisão
7 - Welber Veríssimo de Melo, de 42 anos, condenado a 24 anos e seis meses
8 – Sérgio Tavares (morto em confronto com a Polícia)
O julgamento deveria ter ocorrido na Comarca de Assu, porém a família dos réus é muito influente na região, assim como a família da vítima. Diante dos fatos, a Justiça decidiu por enviar o processo (desaforar) para ser julgado na Comarca de Mossoró.
Joelma e o filho Douglas Morais foram os primeiros a serem julgados, em sessão realizada no dia 5 de maio de 2018.
Comerciante e o filho pegam 54 anos de prisão pelo assassinato de Manoel Botinha
O terceiro a ser levado a julgamento foi Welber Veríssimo, no dia 29 de maio de 2018.
Devido à contradição do Júri, julgamento de acusado de matar Manoel Botinha é anulado
O quarto a sentar no banco dos réus foi comerciante Itamar Veríssimo de Melo, no dia 5 de setembro de 2018.
Juri condena comerciante a 30 anos e 8 meses de prisão por matar Manoel Botinha
O quinto, o sexto e o sétimo acusado do assassinato do legislador assuense, José Roberto Nascimento da Silva, o Feitosa, Valdete Veríssimo e o filho Jallison Veríssimo
Pistoleiro que matou vereador Manoel Botinha, em Assu, pega 33 anos e 4 meses de prisão
Os réus Valdete e o filho Jallison foram absolvidos a pedido do MPRN
Nesta quarta-feira, dia 11 de junho de 2025, o Tribunal do Júri Popular da Comarca de Mossoró se reuniu para julgar o último réu do processo, que tem como vítimas o vereador Manoel Botinha e o amigo Francisco Adriano Bezerra, o Biano.
O julgamento, sob a presidência do juiz Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros, após aberto os trabalhos e feito o sorteio dos sete jurados, ocorreu a oitiva das testemunhas e também do réu Welber Veríssimo, o Ebinho.
O destaque nos depoimentos, foi de José Roberto, já condenado a 33 anos e 4 meses pelo crime. Ele mudou o que falou no julgamento dele em 2018, ando a afirmar que Ebinho não teria participado do crime e que ele havia pilotado para Sérgio Tavares, que já está morto, matar o vereador Manoel Botinha. O réu negou o crime e lamentou ter ado mais de 3 anos sofrendo na cadeia por um crime, que segundo ele, não cometeu.
O promotor Armando Lúcio Ribeiro, que conhece bem o processo, expôs as provas e pediu a condenação do réu pelo homicídio de Manoel Botinha e pela tentativa contra Biano. Um dos papeis de Ebinho no caso, era vender um caminhão e providenciar R$ 15 mil reais para o pistoleiro para cometer o crime.
Os advogados de defesa Pedro Avelino Neto, Hallrison Sousa Dantas e Abrão Dutra, defenderam tese de negativa de autoria. Ao final dos debates, por volta das 15 horas, os sete jurados decidiram por aceitar a prepositura do promotor Armando Lúcio Ribeiro, condenando o réu a 24 anos e seis meses de prisão pelo assassinato e a tentativa.
Seguindo o que prescreve a Legislação, o juiz Vagnos Kelly decretou a prisão preventiva do réu no plenário, para o início do cumprimento da pena.
Toda intriga que terminou com o assassinato de Manoel Botinha e a tentativa de homicídio contra Biano, segundo relata o Ministério Público Estadual, começou em 2013, com a inimizade entre Tassio Morais (casado com Cláudia dos Santos) e genro João Batista Ferreira Braz, o Torinho, que é irmão de Manoel Botinha e Claudete Santos. Torinho era padrasto da mulher de Tassio Morais.
Tassio é sobrinho de Joelma Morais Ferreira, casada com Genésio Veríssimo. Naquele ano de 2013, Tassio Morais, após uma discussão, atirou com balins em Torinho e terminou acertando a sogra dele, Claudete Santos.
Por este fato, Torinho teria contratado os pistoleiros Jefferson Lourenço da Fonseca Lemos e Marcelo Pereira de Sousa, o Negão, para matar Tassio Morais.
Tassio terminou executado a tiros na zona rural do Alto do Rodrigues no dia 24 de julho de 2014.
Daí a família de Tobias Morais, que é irmão de Joelma Morais se uniram à família Veríssimo para contratar os pistoleiros Francisco Paulino da Silva Junior, o "Fabinho ou mal de Duzentos" (morto em confronto com a polícia durante a "Operação Abril Despedaçado"), para matar Torinho, como vingança pela morte de Tassio Morais, que havia ocorrido na zona rural do Alto do Rodrigues.
Torinho terminou assassinado no dia 28 de setembro de 2014, quando assistia TV, em sua residência na localidade de Arapuá, em Ipanguaçu. Depois deste crime, no dia 17 de fevereiro de 2015, Genésio Veríssimo foi assassinado com tiros de doze, em Itajá/RN, onde morava.
Os irmãos Veríssimo aram a acreditar que Manoel Botinha e o filho Evanoel Ferreira Targino (irmão e sobrinho de Torinho) haviam contratado pistoleiros para matar Genésio Veríssimo, como vingança pelo assassinato de Tourinho, tempos antes na localidade de Arapuá, em Ipanguaçu.
É quando Itamar Veríssimo, Valdete Veríssimo de Melo, o Negão, Welber Veríssimo de Melo, o Ebinho; Jalisson Wagner Veríssimo de Melo, o Jalin; Douglas Daniel Morais de Melo e Joelma de Morais Ferreira, teriam ado a planejar o assassinato de Manoel Botinha e Evanoel.
Manoel Botinha foi avisado pelo ex-prefeito de Itajá Licélio Jackson Guimarães, e também por um ex-vereador daquela cidade, Max Blênio Medeiros da Silva, que os irmãos Veríssimo estavam planejando matar ele e o filho, Evanoel Ferreira.
Manoel Botinha, então, se reuniu com Itamar Veríssimo para dizer que não matou Genésio Veríssimo. Desta reunião, Itamar teria dito a Botinha que da parte dele poderia ficar tranquilo, pois não iria matar ele e nem o filho, porém não respondia pelos irmãos.
Após isto, a família Verissimo teria se reunido várias outras vezes com o objetivo de definir como se vingar do assassinato de Genésio Veríssimo, matando Manoel Botinha e o filho dele, Evanoel Ferreira.
Diante do que foi decidido, segundo relata o MP/RN, Itamar, Ebinho e Negão, por intermédio do conhecido pistoleiro Sérgio Tavares dos Santos, contrataram, em Natal, o pistoleiro José Roberto Nascimento da Silva, o Feitosa, para consumar a vingança.
Sérgio Tavares teria recebido R$ 2,5 mil por intermediar a contratação do pistoleiro Feitosa, por R$ 15 mil.
Com o pistoleiro contratado, começaram a levantar os recursos para custear a vingança.
Joelma e Douglas entregaram o caminhão F.4000 para Ebinho vender, no dia 5 de março de 2015, por R$ 50 mil com a ideia fixa de custear a vingança do assassinato de Genésio Veríssimo, matando Manoel Botinha.
Após vender o F.4000, Jalin e Negão pagaram os R$ 15 mil a Feitosa, e, juntos, aram a estudar a melhor forma de matar Manoel Botinha, o que terminou acontecendo no dia 22 de abril de 2015, na Oficina Canaã, tendo ocorrido ainda a tentativa de homicídio contra a vida do mecânico Biano.